sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
1º ANO DO TRIENIO: ENRAIZADOS EM CRISTO - MENSAGEM PASTORAL
Arquidiocese de Luanda
IIIª Parte
7. “Esta Boa Nova há-de ser proclamada,
antes de mais, pelo testemunho… Todos os cristãos são chamados a dar este
testemunho e podem ser, sob este aspecto, verdadeiros evangelizadores ” (EN
21).
“Pergunto-me: onde encontravam os
primeiros discípulos a força para este seu testemunho? Como conseguiram, com os
seus limites e hostilizados pelas autoridades, encher Jerusalém com o seu
ensinamento? (cf. Act 5, 28) É claro que só a presença do Senhor ressuscitado
entre eles e a acção do Espírito Santo podem explicar este acontecimento. Só o
Senhor que estava com eles e o Espírito que os impelia à pregação explicam este
evento extraordinário. A sua fé baseava-se numa experiência tão forte e pessoal
de Cristo morto e ressuscitado, que não tinham medo de nada nem de ninguém, e
chegavam a ver as perseguições como um motivo de honra, que lhes permitia
seguir os passos de Jesus e assemelhar-se a Ele, testemunhando-o com a própria
vida.
Muitos sacerdotes e consagrados
esquecem que, em primeiro lugar, são consagrados e que a vivência da sua
consagração, em fidelidade, castidade, partilha de bens, deve ser o objectivo
primeiro da sua existência. Quem sabe se não é por esta razão que acontecem
abandonos do sacerdócio e da vida religiosa. Certamente que muitos destes
abandonos já se iniciaram muito antes, quando as pessoas em causa perderam o sentido
último da sua existência: consagração da sua vida a Deus, no serviço aos mais
pobres. Não posso viver o meu sacerdócio como se fosse um funcionário. Não
posso ter feito promessa de celibato ou de castidade e viver em mancebia. Não
posso fazer voto de pobreza e não entregar o meu salário à comunidade. Não
posso ser consagrado e não ter zelo missionário, espírito de sacrifício, de
concórdia, de paz e de entrega aos irmãos.
12. Depois destas considerações,
sugerimos algumas linhas de acção para uma revisão de vida pessoal e
comunitária, algumas orientações referentes à formação inicial e permanente e
sugestões para a vida pastoral.
3. Chamados a testemunhar Cristo

Já o Papa Paulo VI afirmava que o
nosso mundo necessita mais de testemunhas que de mestres. A Palavra aquece o
coração, mas o exemplo arrasta. Por isso, o primeiro modo de evangelizarmos é o
testemunho da própria vida.
Tagore, um poeta indiano, dizia:
“ide até ao rio, pegai numa das pedras roladas do rio, mergulhada na água há
muitos anos, e parti-a. Vereis que por dentro está seca. Assim são os cristãos.
Falam muito de Deus, mas não deixam que Deus entre dentro das suas vidas”.
Esperamos que estas palavras não se apliquem a nós. Temos de deixar-nos
transformar por Cristo, pela sua graça e testemunhar essa vida nova que vivemos
em Cristo, com o testemunho da nossa vida.
Talvez seja oportuno lembrar que a
conversão a Cristo não é algo que se deve presumir como já realizada pelo
simples facto de se ter sido baptizado. A conversão a Cristo é um caminho permanente
na nossa existência.
8. Para evangelizar é necessário
antes ter sido evangelizado, ter reconhecido Jesus como único Salvador e
proclamar a seu senhorio. O grito de Paulo: “ai de mim se não evangelizar”
pode-se aplicar noutro sentido: “Ai de quem procura evangelizar sem antes ter
sido evangelizado pela Boa Nova de Jesus”.
(José Prado Flores, fundador das Escolas Santo André).
“A evangelização não deve ser
assumida como um compromisso “ad extra”; nós mesmos, pelo contrário, somos os
primeiros a ter necessidade de uma re‑evangelização. É
somente através de uma renovação interior que teremos a capacidade de fazer
discernimento e conciliar as necessidades espirituais da nossa época com a
verdade sem tempo do Evangelho” (Bento XVI aos bispos dos EUA).
9. Cada baptizado é «cristoforo», ou
seja, portador de Cristo, como diziam os antigos Padres. Quem encontrou Cristo,
como a Samaritana no poço, não pode conservar esta experiência para si, mas
sente o desejo de a compartilhar, para levar outras pessoas a Jesus (cf. Jo 4).
Todos nós devemos perguntar se quem se encontra connosco sente na nossa vida o
entusiasmo da fé, se vê no nosso rosto a alegria de ter encontrado Cristo!
(Papa Francisco Discurso aos participantes na plenária do Pontifício Conselho
para a promoção da Nova Evangelização-
14 de Outubro de 2013)

Esta história da primeira comunidade
cristã revela-nos algo muito importante, que é válido para a Igreja de todos os
tempos, e também para nós: quando uma pessoa conhece verdadeiramente Jesus
Cristo e crê nele, experimenta a sua presença na vida e a força da sua
Ressurreição, e não consegue deixar de comunicar esta experiência. E se esta
pessoa encontra incompreensões ou adversidades, comporta-se como Jesus na sua
Paixão: responde com o amor e a força da verdade” (Papa Francisco, Angelus do
14 de Abril).
A situação da Igreja em Angola e São
Tomé e Príncipe
10. Somos chamados a testemunhar a
nossa fé em Cristo numa realidade concreta. Por isso, vamos tecer breves
considerações sobre a realidade social e eclesial que vivemos nos nossos
países. É uma realidade de luzes e de sombras, de angústias e esperanças.
Temos razões para dar graças ao
Senhor: há mais de 500 anos que o Evangelho chegou a estas terras, graças a
Deus e a missionários generosos sacrificados e heroicos. Quase todos os
angolanos e santomenses são baptizados e a grande maioria católicos. A prática
dominical é bastante elevada; as nossas liturgias são vivas e bem participadas
pelos nossos fiéis. Temos um número de sacerdotes que está a crescer;
actualmente os sacerdotes diocesanos em Angola e São Tomé são 614, mais 9
missionários “Fidei donum”. As vocações consagradas estão a aumentar. Os nossos
seminários estão cheios e as casas de formação religiosas têm um número
razoável de candidatos. Contamos com um número de 103 congregações religiosas
femininas e 29 masculinas a trabalhar em nossas dioceses na pastoral e no campo
da assistência social (educação e saúde). Nasceram na nossa Igreja em Angola
vários Institutos e Associações de Vida Consagrada e movimentos de apostolado
com um forte dinamismo evangelizador. Contamos igualmente com muitos leigos
totalmente dedicados ao serviço da Igreja e dos irmãos.
11. Mas temos igualmente de
reconhecer algumas sombras: Embora a grande maioria da nossa gente tenha
recebido o baptismo, o coração de muitos baptizados está ainda dividido entre o
cristianismo e alguns contra-valores da cultura tradicional africana. A mentalidade mágico-feiticista está ainda
presente entre muitos cristãos e mesmo entre pessoas consagradas.
A situação das nossas comunidades
cristãs e das mesmas pessoas é caracterizada por uma forte religiosidade, mas
onde se misturam crenças cristãs com tradições ancestrais que nem sempre se
coadunam com a fé em Cristo. Ao mesmo tempo que nos confrontamos com uma
cultura fortemente secularizada.
É neste ambiente que nascem e vivem
os nossos jovens. E é destes jovens que vêm as vocações consagradas. Muitos
acabam por não ser capazes de resistir aos convites do “mundo” e facilmente
transformam em ideal de vida, não o serviço ao Evangelho e ao irmão, mas a
auto-promoção. Os demónios do prazer, do ter e do poder sempre estão à espreita
para nos tentar.

Vivemos um tempo em que há
dificuldade em organizarmos a nossa vida de modo a termos tempo para os nossos
trabalhos, mas também para o Senhor; a termos tempo para a internet e a
televisão, mas também para o descanso e a meditação da Palavra de Deus; a
termos tempo para as nossas diversões, mas também para a Eucaristia, a
reconciliação e a escuta e acompanhamento dos irmãos.
4. Orientações práticas

A) Revisão
de vida pessoal e comunitária
- Como vivo a minha identidade
cristã? Que significado tem para mim ser baptizado? Agradeço o dom da fé e o do
baptismo?
- Como é que vivo a minha realidade
de pastor e de consagrado/a? Preocupo-me em fazer do meu ministério e vocação
um serviço a Deus, à Igreja e aos irmãos?
- Que tempo dedico ao anúncio da
Palavra de Deus? Preocupo-me em levar a todos o Evangelho, anunciando Cristo ao
mundo a tempo e fora do tempo?
- Como vivo os sacramentos na minha
vida, de um modo particular o sacramento da reconciliação? Celebro ou participo
todos os dias na Eucaristia e como o faço?
- Como vivo a minha vida em
comunidade? Sou fiel à oração diária, nomeadamente à oração litúrgica, à
leitura e meditação da Palavra de Deus, à contemplação e à adoração
eucarística?
- A minha comunidade é uma
comunidade evangelizadora, onde o anúncio de Cristo é preocupação fundamental
de todos?
- Procuro ser pobre, casto e
obediente como Cristo?
- Sou fiel às orientações da Igreja
e vivo a minha consagração com verdade, alegria e solidariedade com os irmãos?
- Cultivo a espiritualidade da
comunhão, da pastoral de conjunto, de amor à Igreja, integrando-me nos seus
dinamismos pastorais?
B) Formação inicial
13. Que haja um período de reflexão
e aprofundamento espiritual antes da entrada no estudo da teologia ou no
noviciado, que leve a pessoa à conversão pessoal a Cristo, conversão que se
demonstre com acções concretas, com uma vida nova que manifeste claramente os
valores evangélicos.
Que a formação espiritual-cristã acompanhe
sempre a formação humana-profissional (seminários, casas de formação, …).
Dê-se uma atenção particular à
formação dos candidatos ao sacerdócio e à vida consagrada no que se refere ao celibato,
à pobreza, à obediência e à vida comunitária.
Ensine-se a fazer bom uso das novas
tecnologias de informação e comunicação, colocando-as ao serviço da missão de
evangelizadores, sem nos tornarmos escravos das mesmas.
C) Formação permanente
14. Organizem-se retiros (ao menos
uma vez na vida, fazer os exercícios de um mês de Santo Inácio, ou algo
equivalente), jornadas e cursos sobre a Nova Evangelização, experiências de
“deserto”, comunicação de experiências fortes, testemunhos de pessoas vivas e
defuntas, ler a vida dos nossos santos.
Que os sacerdotes e consagrados
assumam como primeiro ideal de vida a sua consagração e missão, com espírito de
serviço aos irmãos, sobretudo aos mais pobres e humildes e nas zonas mais
desfavorecidas.
Que se faça um acompanhamento
cuidado dos sacerdotes e consagrados durante os primeiros cinco anos de
ordenação ou profissão perpétua.
Que os sacerdotes estudem e tenham
sempre presentes as orientações que a Igreja oferece no Directório para a vida
e ministério do presbítero.
Fim.
Fonte: http://ceastangola.org/mensagens-pastorais/----1-ano-do-trienio-enraizados-em-cristo/----1-ano-do-trienio-enraizados-em-cristo_2_287_96_0.html
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
1º ANO DO TRIENIO: ENRAIZADOS EM CRISTO - MENSAGEM PASTORAL
Arquidiocese de Luanda
IIª Parte
2. A nossa missão de evangelizadores vem, em primeiro
lugar, do nosso baptismo. Pelo baptismo tornamo-nos filhos de Deus, membros da
Igreja, herdeiros da vida eterna. Como diz o Catecismo da Igreja Católica: “O
santo Baptismo é o fundamento de toda a vida cristã. Pelo Baptismo somos
libertos do pecado e regenerados como filhos de Deus: tornamo-nos membros de
Cristo e somos incorporados na Igreja e tornados participantes na sua missão”
(CIC 1213). E acrescenta uma citação de São Gregório Nazianzeno: «O Baptismo é
o mais belo e magnífico dos dons de Deus [...] Chamamos-lhe dom, graça, unção,
iluminação, veste de incorruptibilidade, banho de regeneração, selo e tudo o
que há de mais precioso. Dom,porque é conferido àqueles que não
trazem nada: graça, porque é dado mesmo aos culpados: baptismo, porque
o pecado é sepultado nas águas; unção, porque é sagrado e
régio (como aqueles que são ungidos); iluminação, porque é luz
irradiante;veste, porque cobre a nossa vergonha; banho, porque
lava;selo, porque nos guarda e é sinal do senhorio de Deus» (CIC
1216).
Baptizados em Cristo: a nossa primeira vocação é sermos
santos, é viver em Cristo. O objectivo da nossa existência como cristãos é um
dia podermos dizer: já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim. (Gal
2,20) Diz-nos São Paulo, na Carta aos Romanos: “Pelo
Baptismo fomos, pois, sepultados com Cristo na morte, para que, tal como Cristo
foi ressuscitado de entre os mortos para a glória do Pai, também nós caminhemos
numa vida nova. De facto, se estamos integrados nele por uma
morte idêntica à sua, também o estaremos pela sua ressurreição.”
(Rm 6, 4-5).
3. Devemos olhar para a primeira comunidade de Jerusalém
e ver aí as consequências do baptismo, da fé em Cristo Jesus ressuscitado.
Baptizados em Cristo, aqueles cristãos assumiram uma vida nova. “Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção
do pão e às orações. Todos os crentes viviam
unidos e possuíam tudo em comum. Vendiam terras e outros
bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada
um. (Act 2, 42-45) “A multidão dos que haviam abraçado a fé
tinha um só coração e uma só alma. Ninguém chamava seu ao que lhe pertencia,
mas entre eles tudo era comum. Com grande poder, os
Apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e uma grande graça
operava em todos eles. Entre eles não havia ninguém
necessitado.” (Act 4, 32-34)

2. Chamados
a anunciar Cristo
4. Na sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões deste
ano de 2013, o Santo Padre Francisco afirmava: “A fé é dom precioso de Deus,
que abre a nossa mente para que O possamos conhecer e amar. Ele quer se
relacionar conosco para nos fazer participantes da sua própria vida e tornar a
nossa vida mais plena de significado, melhor e mais bela. Deus nos ama! E é um
dom que não podemos manter somente para nós mesmos, mas deve ser compartilhado.
Se quisermos mantê-lo para nós mesmos, tornar-nos-emos cristãos isolados,
estéreis e doentes. O anúncio do Evangelho faz parte do ser discípulos de
Cristo e é um compromisso constante que anima toda a vida da Igreja. A solidez
da nossa fé, a nível pessoal e comunitário, mede‑se também pela nossa
capacidade de comunicá-la a outros, de difundi-la, de vivê-la na caridade, de
testemunhá-la a quem encontramos e partilha conosco o caminho da vida.”
A Igreja existe para evangelizar: "Nós queremos
confirmar, uma vez mais ainda, que a tarefa de evangelizar todos os homens
constitui a missão essencial da Igreja; tarefa e missão, que as amplas e
profundas mudanças da sociedade actual tornam ainda mais urgentes. Evangelizar
constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda
identidade. Ela existe para evangelizar, ou seja, para pregar e ensinar, ser o
canal do dom da graça (EN, nº 14). Seria bom voltar a ler e meditar, de
novo, a exortação apostólica Evangelii Nuntiandi do
Papa Paulo VI.
5. Como nos recordou também o Santo Padre, Papa Emérito
Bento XVI, no discurso aos bispos de Angola e São Tomé por ocasião da visita “ad
limina Apostolorum”, no dia 3 de Novembro de 2011: “Vós, amados Irmãos, em
virtude da missão apostólica recebida, estais habilitados para introduzir o
vosso povo no coração do mistério da fé, encontrando a Pessoa viva de Jesus
Cristo. Enquanto Igreja … , o nosso primeiro e mais específico
contributo para o povo africano é a proclamação do Evangelho de Jesus Cristo,
uma vez que o anúncio de Cristo é o primeiro e principal factor de desenvolvimento.
De facto, a dedicação ao serviço do desenvolvimento procede da transformação do
coração, e a transformação do coração só pode vir da conversão ao Evangelho»
(Mensagem final, 15). Este não oferece «uma palavra anestesiante, mas
desinstaladora, que chama à conversão, que toma acessível o encontro com
Cristo, através do qual floresce uma humanidade nova» (Exort. Verbum Domini,
93).
“O anúncio, de facto, não adquire toda a sua
dimensão, senão quando ele for ouvido, acolhido, assimilado e quando ele tiver
feito brotar naquele que assim o tenha recebido uma adesão do coração. Sim,
adesão às verdades que o Senhor, por misericórdia, revelou. Mais ainda, adesão
ao programa de vida, vida doravante transformada, que ele propõe; adesão, numa
palavra, ao Reino, o que é dizer, ao "mundo novo", ao novo estado de
coisas, à nova maneira de ser, de viver, de estar junto com os outros, que o
Evangelho inaugura. Uma tal adesão, que não pode permanecer abstrata e
desencarnada, manifesta-se concretamente por uma entrada visível numa
comunidade de fiéis (EN 23).
A tarefa missionária é de todos os cristãos, mas ainda
assim a presença e o ministério do presbítero são únicos, necessários e
insubstituíveis (cfr. CONGREGAÇÃO PARA O CLERO, O presbítero,
pastor e guia da comunidade paroquial, nº 2).
Evangelizar é, pois, dever de todo o cristão, mas de um
modo particular de nós, bispos, padres, religiosos e religiosas, consagrados e
consagradas.
E o que é evangelizar?

Evangelizar, então, é anunciar e testemunhar o Nome de
Jesus como único Salvador dos homens. Não é um discurso genérico sobre a
religião, sobre Deus criador, legislador e juiz; é anunciar o dom de Deus, que
é o seu próprio Filho, que por nós se encarnou, ensinou a verdade e o caminho
do Reino de Deus, morreu pelos nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia
para abrir-nos o caminho da vida eterna (cf 1 Cor, 15, 3-5). Evangelizar é anunciar Cristo ao mundo.
Continua na próxima mensagem...
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
1º ANO DO TRIENIO: ENRAIZADOS EM CRISTO - MENSAGEM PASTORAL
Arquidiocese de Luanda
Iª Parte
“MISSIONÁRIOS ENRAIZADOS
EM CRISTO”
INTRODUÇÃO

1º ano: “missionários
enraizados em Cristo”;
2º ano: “reavivar
a fé em Cristo nos fiéis”;
3º ano: “tornar
a paróquia centro da evangelização”.

A presente
mensagem, portanto, tem a finalidade de dar orientações, sobretudo, para os
missionários (pessoas consagradas) presentes em Angola e São Tomé e Príncipe,
sobre o que é evangelizar e como sermos evangelizadores enraizados
verdadeiramente em Cristo, numa tríplice dimensão:
1. Chamados
a viver em Cristo
2. Chamados
a anunciar Cristo
3. Chamados
a testemunhar Cristo
Continua na próxima mensagem...
DEFENDAMOS A VIDA
Conferência Episcopal de Angola e São Tomé
C E A S T
Conferência Episcopal de Angola e São Tomé
Depois das três mensagens anteriores sobre o direito fundamental à vida (Inviolável direito à
vida, de 18 de Novembro de 2011; A Igreja ao serviço da vida, de 02 de Março de 2013, e o recente Comunicado, de 21 de Setembro de 2013), a nossa responsabilidade pastoral, o respeito pela vida, o amor à Pátria e ao nosso Continente Africano, berço da humanidade, obrigam-nos a fazer nossas as palavras de S. Paulo a Timóteo:« Conjuro-te diante de Deus e de Jesus Cristo, que há-de julgar os vivos e os mortos, pela Sua manifestação e pelo Seu reino: proclama a Palavra, insiste a propósito e fora de propósito, argumenta, ameaça e exorta com toda a paciência e doutrina» (2 Tm 4, 1-2).

1. O aborto é contra a Lei Divina
A Sagrada Escritura diz claramente: «Não matarás» (Dt 5, 17). «A vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento da sua existência, devem ser reconhecidos a todo o ser humano os direitos da pessoa, entre os quais o direito inviolável à vida. » * . «Antes de te formar no ventre de tua mãe, Eu te escolhi, antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te consagrei» (Jer. 1, 5). «Vós conhecíeis já a minha alma e nada do meu ser Vos era oculto, quando secretamente era formado, modelado nas profundidades da terra (Sl. 139, 15).

2 . O aborto é contra a nossa identidade cultural
Como dissemos no nosso último comunicado, ele «constitui um desprezo pelos valores fundamentais da sociedade angolana, na diversidade dos seus povos». Para qualquer angolano, independentemente da sua religião, com ou sem o conhecimento do Evangelho, a vida é sempre sagrada e é o primeiro bem deste mundo. Por isso, qualquer ameaça contra a vida, desestabiliza radicalmente a nossa sociedade.
3. O aborto é uma ameaça à nossa existência
É por esta razão que dizemos que a eventual despenalização do aborto constituiria um atentado real à segurança nacional e à nossa sobrevivência como povo. De facto, como o afirmam os especialistas da política demográfica, «a procriação determina o futuro das nações».

Porque, se enveredarmos pelo caminho do aborto, não teremos capacidade de defender Angola, nem de desenvolvê-la. Viriam outros tomar conta dela.
Será que já esquecemos as tragédias que despovoaram a nossa Pátria querida? Queremos perpetuar a cultura de morte? Ou pretendemos que sejam outros povos a habitar Angola e a desfrutar a abundância dos seus invejáveis e cobiçados recursos?
Não podemos nem devemos deixar que os outros determinem o nosso destino. As nações que optaram pela política abortiva, chamando-a de conquista das novas liberdades da pessoa humana, já se debatem com o problema de uma população cada vez mais envelhecida, sem perspectiva de rejuvenescimento. Nós já somos muito poucos.

À Virgem Maria, Mamã Maxima, que acolheu com fé Jesus Cristo, Filho de Deus, no seu ventre virginal, pedimos que nos obtenha a sabedoria e a coragem de defender a vida, sobretudo a dos frágeis e indefesos.
Luanda, 30 de Outubro 2013
Os Bispos de Angola e S. Tomé
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